Forasteiros debaixo de holofotes

Esta tertúlia foi adiada tantas vezes, por inúmeros motivos e percalços, que já quase não nos lembrávamos do livro do mês de março, "A Forasteira", da autora Olga Merino. Estivemos a recordar e a puxar pela memória, o que nos levou invariavelmente a conversas labirínticas sobre forasteiros vindos para as aldeias da Serra da Lousã há algumas décadas, o que na altura configurava quase como loucura e enchia a população de perguntas e receios. O que levaria alemães e outros a ir viver para o meio do nada? O que agora é visto como turismo de bom gosto e ganha orçamento público e visibilidade, era só admirado com suspeita há 20 e muitos anos, pois a nossa racionalidade e tendência para o preconceito fazia a narrativa perfeita para que entendêssemos o fenómeno. Com luz, água canalizada, esgotos, telefones, todos os serviço à mão de semear cá em baixo, na vila, só poderiam ser loucos os que se isolavam no meio da Serra, onde tudo seria mais difícil e trabalhoso. Só compreendíamos a...