Bolo de limão, Bolo de Churro, Chá, Licor de Poejo, a Agenda da Lena e Livros
Depois de uma pausa forçada, eis que ontem nos tornámos a reunir, retomando as nossas tertúlias que tanta falta nos fizeram durante o estado de emergência e mais tarde calamidade, que quase nos levou à insanidade!
Foram meses difíceis, de novos desafios, regras sociais, filhos em casa, tele trabalho, tele escola, reclusão, solidão e muito álcool gel! Um momento na história moderna que mudou a nossa vida e que veio para ficar, pelo menos, até a ciência corresponder à necessidade de uma vacina que nos possibilite retomar a vida como a conhecíamos. Os mais negativos dizem que nunca voltaremos aos saudosos tempos da socialização sem limites físicos, sem distanciamentos, os optimistas recusam-se a aceitar que os cumprimentos futuros serão para sempre como no oriente, com vénias e formalidades higienizadas. O que é certo é que a vida continua, com ou sem pandemia, como sempre aconteceu, e há que passar o tempo que se tornou longo e meditativo. Ler é para muitos a solução mais fácil, e para o nosso grupo, a mais natural. Com tempo para preguiçar por casa, nada melhor que pegar naqueles livros que têm estado à nossa espera, que nos olham, quando passamos pela estante, na correria do dia a dia.
Foi sobre esses livros que ontem falámos, os que nos preencheram as horas mortas, os que nos decepcionaram, e os que, como alguns aspectos da pandemia, nos surpreenderam pela positiva. Descobrimos que há quem faça autênticas listas de livros já lidos, tal é a capacidade de leitura, quem tenha o estilo de literatura catalogado por estações do ano, quem tenha lido 700 páginas e não tenha gostado especialmente do que leu, quem tenha feito 2 cadeiras da faculdade e só por isso a desculpamos por não ter lido nada, quem tenha começado livros, mas tenha sido constantemente interrompida pelos filhos, quem não tenha lido quase nada porque a tele escola levou-os à exaustão, quem esteja farto de relatórios e estatísticas e já só queira conseguir acabar com o tele trabalho, quem tenha feito das contrariedades oportunidades e se tenha adaptado à solidão, sem nunca se sentir sozinho. Descobrimos muita coisa ontem na tertúlia, mas a mais importante de todas é que com ou sem distanciamento, máscara ou álcool gel, é muito bom voltarmos a reunir à volta da mesa, bebermos chá e petiscarmos bolo, rir, ouvir, falar, como se ainda estivéssemos na era pré-covid 19. Foi preciso pôr travão na conversa, que duraria até de madrugada, se não fosse o facto de no dia seguinte ser segunda-feira e mesmo em férias escolares, a maioria ainda tem de acordar cedo e ir trabalhar.
Dia 20 de setembro lá estaremos, novamente, a descobrir mais sobre a nossa capacidade de superar estados de emergência e calamidade, e como gostamos mesmo deste pequeno grande grupo. Obra sugerida "O Deus das Moscas", de William Golding.
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