Prémio Nobel, Aniversário, Dia da Mulher e Pandemia
Este mês de Março de 2020 foi talvez o mais estranho das nossas vidas. Na última tertúlia que fizemos parecia que já adivinhávamos que algo de extraordinário iria acontecer... Reunimos em casa de uma de nós, não procurámos a habitual localização pública, num café ou similar da Lousã, e estivemos confortavelmente a beber chá, a comer bolo de limão, e a falar sobre o livro "Viagens", da autora Olga Torkaczuk (fartei-me de corrigir o apelido, estava difícil de acertar nos K e C...). Para as mais caseiras, esta é a opção mais agradável, podemos falar alto, rir, beber chá e repetir as vezes que nos apetecer... enfim, devíamos fazer disto uma regra, já que cada vez é mais difícil encontrar um estabelecimento à nossa imagem e semelhança. Brindámos às mulheres, falámos de tudo e de nada, como habitualmente, ouvimos a opinião literária da nossa Professora de Letras que realmente devora os livros propostos e outros, e nos inspira a deixarmos a preguiça de lado e darmos uma hipótese às obras que não nos prendem à leitura. Estávamos no entanto longe de imaginar que não saberíamos quando nos conseguiríamos juntar novamente, e que dali a uma semana não teríamos mais nada para fazer que ler até as obras aborrecidas que ganham pó nas estantes. Estava declarada a pandemia, o vírus Covid 19 impôs-se por todo o lado e obrigou toda a gente a parar. Ou quase toda a gente, porque algumas de nós têm trabalhos que nem em plena guerra descansam, muito pelo contrário! Não nos estamos a referir a ocupar filhos em casa, sem permissão para sair à rua, mas atividades como enfermagem, cargos políticos, etc. Lá vai o tempo em que ser-se senhora escolarizada era sinónimo de vida calma e privilegiada, sem estragar as mãos na terra. Agora ser-se mulher é realmente um desafio, e todas devíamos ganhar um prémio Nobel pelo menos uma vez na vida. Em tele trabalho, desafiando o vírus diariamente, aturando filhos, mantendo a casa limpa ou não enlouquecendo com o Estado de Emergência em que vivemos, todas nos superamos para além do que pensávamos ser possível. Março de 2020 não foi só o mês em que o mundo parou, foi o mês em que se acabaram as desculpas de falta de tempo para ler, desculpas que algumas de nós usamos há 3 anos, e se formos realmente honestos, quase todos já utilizámos uma ou outra vez na vida, para nos justificarmos de termos passado mais tempo na Netflix, ou a jogar no telemóvel, do que a ler. Mantenham-se seguros em casa, aproveitem este isolamento forçado para descansar da correria do dia a dia e deem uma hipótese aos livros. E se já não se lembram de todas as obras que propusemos aqui no Lousã Book Lovers, aqui vai a lista, podem redimir-se agora (eu tb) e ler o que deixaram escapar!
"o nosso reino" Valter Hugo Mãe
"O último catão" Matilde Asensi
"Meu pé de laranja lima" José Mauro de Vasconcelos
"As intermitências da morte" José Saramago
"O outro pé da sereia" Mia Couto
"O velho que lia romances de amor" Luis Sepúlveda
"Memória das minhas putas tristes" Gabriel García Márquez
"Mataram a cotovia" Harper Lee
"Os despojos do dia" Kazuo Ishiguro
"D. Amélia" Isabel Stilwell
"A saga de um pensador" Augusto Cury
"O terceiro gémeo" Ken Follett
"A queda dum anjo" Camilo Castelo Branco
"Conde de Monte Cristo" Alexandre Dumas, pai
"Gabriela Cravo e Canela" Jorge Amado
"A trança de Inês" Rosa Lobato de Faria
"Como tornar-se um doente mental" J.L. Pio de Abreu
"Mein Kampf" Adolph Hitler
"Os Livros que devoraram o meu pai" Afonso Cruz
"O Evangelho Segundo Lázaro" Richard Zimler
"Aventuras de João sem Medo" José Gomes Ferreira
"Como Água para Chocolate" Laura Esquivel
"Retrato a Sépia" Isabel Allende
"A história de uma serva" Margaret Atwood
" Sensibilidade e bom senso" Jane Austen
"A mulher que correu atrás do vento" João Tordo
"Viagens" Olga Torkaczuk
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